Dinho, o Homem Mau - 2º Parte
Conheci o Dinho logo após ele ter chegado ao Olímpico. Estava levando o irmão de uma ex-namorada para conhecer o estádio do Grêmio. O guri se dizia colorado, mas ficou encantado ao ver pela primeira vez nos seus 10 anos de vida um estádio por dentro, ao vivo. E ficou mais encantado ainda em saber que aquele bando de homens que estavam a poucos metros da gente eram jogadores de futebol. Jogadores de verdade, desses que fazem gol em estádio lotado, dão entrevista e aparecem na televisão.
Não me lembro por que escolhi aquele dia, se tinham anunciado algo ou se foi apenas acaso, mas o garoto estava exultante com aquele clima de jogadores, tietes, torcedores e repórteres.
Vários atletas ainda não eram identificados pela torcida, e estávamos, eu e um monte de gente especulando ‘quem era quem’ naquele amontoado de jogadores.
Alguém apontou para dois caras que conversavam de pé, à porta de um carro e disse: ‘aquele é o Dinho, do São Paulo’. O reconheci e fui até lá, com o guri a tira-colo me enchendo os tubos por que queria autógrafo de um jogador. Ele tinha feito um álbum de figurinhas, e queria que alguém assinasse, algo assim.
Eles estavam conversando empolgadamente, não lembro se o outro era jogador também. Quando chegamos perto, eu parei a uma distância de um metro e meio, mais ou menos, e fiquei esperando uma pausa na conversa deles, para autorizar o garoto a pedir o tal autógrafo. Eles conversando, e nós ali, parados, uns dois minutos. O guri tentou interromper a conversa, mas eu o puxei e disse, em tom alto e professoral, que era falta de educação interromper os outros, principalmente os mais velhos.
Continuamos parados ao lado da conversa por mais dois minutos, quando o guri, já de saco cheio de estar ali que nem um dois de paus, se postou entre os dois e, sem dizer nem uma palavra, apontou para o Dinho seu álbum improvisado de folhas de caderno, figurinhas e desenhos. O cangaceiro se admirou da petulância do guri, o olhou com a boca torta e, com cara de quem come criancinha com batatas no jantar, disse:‘não ouviu o teu amigo? É falta de educação interromper os mais velhos’, virando de costas e puxando o outro para longe de nós.
Fiquei fulo da vida. O que esse cara pensa que está fazendo? Quem ele pensa que é? Disse ao piá que ele não se preocupasse, pois aquele ali era um perna-de-pau mesmo, que era reserva do Pintado no São Paulo, e que se o Pintado já era ruim, imagina ele e fomos atrás de autógrafos mais interessantes, como o do Magnus ou do Alexandre, que eles sim é que eram grandes jogadores, pois eram atacantes e faziam gols, etc e tal.
Poucos meses depois estávamos eu e o mesmo ex-cunhado (que já era tricolor desde criancinha) torcendo pelo Dinho e vibrando com suas voadoras e carrinhos.
Às vezes o guri me perguntava quem era aquele cara que o tinha escorraçado no pátio do Olímpico tempos atrás, e eu dizia que era o Alexandre Xoxó, e que se o Alexandre entrasse no segundo tempo, ele poderia vaiá-lo. O guri me dizia que odiava o tal Alexandre e que não ia perdoá-lo jamais por ele ter agido daquela forma. Eu respondia que atacante firulento era assim mesmo, não jogavam nada e ainda eram mal-educados. Bom mesmo era o Dinho, que jogava sério.
Acho que o Dinho nunca foi muito de álbuns e autógrafos mesmo. Ele não tinha cara de quem gostava de figurinhas. Nem de crianças e de atacantes firulentos. Sorte do Grêmio, e azar do Alexandre Xoxó, que será vaiado pelo guri pelo resto da vida.
Não me lembro por que escolhi aquele dia, se tinham anunciado algo ou se foi apenas acaso, mas o garoto estava exultante com aquele clima de jogadores, tietes, torcedores e repórteres.
Vários atletas ainda não eram identificados pela torcida, e estávamos, eu e um monte de gente especulando ‘quem era quem’ naquele amontoado de jogadores.
Alguém apontou para dois caras que conversavam de pé, à porta de um carro e disse: ‘aquele é o Dinho, do São Paulo’. O reconheci e fui até lá, com o guri a tira-colo me enchendo os tubos por que queria autógrafo de um jogador. Ele tinha feito um álbum de figurinhas, e queria que alguém assinasse, algo assim.
Eles estavam conversando empolgadamente, não lembro se o outro era jogador também. Quando chegamos perto, eu parei a uma distância de um metro e meio, mais ou menos, e fiquei esperando uma pausa na conversa deles, para autorizar o garoto a pedir o tal autógrafo. Eles conversando, e nós ali, parados, uns dois minutos. O guri tentou interromper a conversa, mas eu o puxei e disse, em tom alto e professoral, que era falta de educação interromper os outros, principalmente os mais velhos.
Continuamos parados ao lado da conversa por mais dois minutos, quando o guri, já de saco cheio de estar ali que nem um dois de paus, se postou entre os dois e, sem dizer nem uma palavra, apontou para o Dinho seu álbum improvisado de folhas de caderno, figurinhas e desenhos. O cangaceiro se admirou da petulância do guri, o olhou com a boca torta e, com cara de quem come criancinha com batatas no jantar, disse:‘não ouviu o teu amigo? É falta de educação interromper os mais velhos’, virando de costas e puxando o outro para longe de nós.
Fiquei fulo da vida. O que esse cara pensa que está fazendo? Quem ele pensa que é? Disse ao piá que ele não se preocupasse, pois aquele ali era um perna-de-pau mesmo, que era reserva do Pintado no São Paulo, e que se o Pintado já era ruim, imagina ele e fomos atrás de autógrafos mais interessantes, como o do Magnus ou do Alexandre, que eles sim é que eram grandes jogadores, pois eram atacantes e faziam gols, etc e tal.
Poucos meses depois estávamos eu e o mesmo ex-cunhado (que já era tricolor desde criancinha) torcendo pelo Dinho e vibrando com suas voadoras e carrinhos.
Às vezes o guri me perguntava quem era aquele cara que o tinha escorraçado no pátio do Olímpico tempos atrás, e eu dizia que era o Alexandre Xoxó, e que se o Alexandre entrasse no segundo tempo, ele poderia vaiá-lo. O guri me dizia que odiava o tal Alexandre e que não ia perdoá-lo jamais por ele ter agido daquela forma. Eu respondia que atacante firulento era assim mesmo, não jogavam nada e ainda eram mal-educados. Bom mesmo era o Dinho, que jogava sério.
Acho que o Dinho nunca foi muito de álbuns e autógrafos mesmo. Ele não tinha cara de quem gostava de figurinhas. Nem de crianças e de atacantes firulentos. Sorte do Grêmio, e azar do Alexandre Xoxó, que será vaiado pelo guri pelo resto da vida.
Marcadores: Dinho
3 Comments:
At quinta-feira, 05 outubro, 2006, Anônimo said…
Opa, recebi o e-mail do Dario Silva, valeu pelo apoio. E sobre postar vídeos, parece que os vídeos do orkut têm um campo chamado embed, e copiando aquele código e colocando no blog já aparece o vídeo. Mas isso não funcionou no meu, não sei se fiz direito. Abraços, Fê Rossini. www.fhrossini.zip.net (ah, se quiser colocar ele nos favoritos aí ao lado fica à vontade... hehehe)
At quinta-feira, 05 outubro, 2006, Anônimo said…
O dinho fazia parceria com o goiano. Era a dupla 'garfo e faca': um agarra enquanto o outro tira pedaço.
At sexta-feira, 06 outubro, 2006, Anônimo said…
Pobre do Alexandre Xoxó. justo ele que cavou aquele penalti em Medellin.
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