Da Geral

Lembranças e depoimentos feitos por um apaixonado direto da Geral! Comentários sobre futebol e derivados.

quarta-feira, setembro 27, 2006

Dinho, o Homem Mau


David Coimbra, ZH de 30 de agosto de 2005.

Essa é a história de um homem mau

"Depois de uma década, os velhos inimigos se reencontraram. E não foi em paz.
Dinho e Valber. Em 1995, os dois brigaram a socos durante um épico Grêmio versus Palmeiras. Foram expulsos, ambos. Fora de campo, na pista atlética do Olímpico, se engalfinharam outra vez. Acabaram a noite na delegacia. Tudo parecia esquecido. Não estava. Pelo menos para Dinho.
Agora em junho, depois que o Brasil jogou contra o Paraguai, Dinho resolveu ir ao Dado Bier com a esposa e alguns amigos. Chegando lá, surpresa: Valber estava entrando. Cumprimentaram-se, civilizadamente. Cada um foi para o seu lado. Só que, de longe, Dinho ficou observando o antigo desafeto. Via-o dançar, via-o rir e, por algum motivo, aquilo começou a irritá-lo. A noite não terminou bem. Nem poderia, havendo algo a irritar o cangaceiro Dinho. Fiquei sabendo do ocorrido e liguei para Dinho, a fim de reunir mais detalhes. Com a sinceridade dos homens sem medo, Dinho reconstituiu o reencontro, que, para ele, foi como uma comemoração pelo décimo aniversário do bicampeonato da América do Grêmio.
- Eu olhava pra ele e aquilo que tinha acontecido no jogo foi me voltando à cabeça - contou. - Foi voltando, foi voltando e foi me dando uma raiva, uma raiva. Até que eu não agüentava mais olhar pra ele.
Então, o cangaceiro decidiu: ia quebrar a cara de Valber. Esperou que o outro fosse ao banheiro. Saiu atrás.
- Quando ele estava lá embaixo o alcancei - relatou Dinho, com alguma satisfação acentuando as vogais. - Peguei ele pelo braço, tirei o copo de cerveja que estava na mão dele e pus de lado. Aí ele começou a falar: "Pô, Dinho, aquilo foi há 10 anos". E eu disse: "É, mas eu não esqueci". Então chegaram os seguranças e cercaram o Valber. Eu queria acertar pelo menos um. Não deixaram. Nessa hora, quando ele estava atrás dos seguranças, ele começou a dizer: "Tu só faz isso porque está na tua cidade, no teu território". Nossa, aí mesmo é que eu queria pegar o cara, porque antes, quando estávamos só nós dois, ele não disse nada daquilo, estava bem mansinho. Atrás dos seguranças é que ficou grandão.
Foram os seguranças, que se identificaram como gremistas de fé, que demoveram Dinho da sua intenção de "quebrar o Valber todinho".
Ressentimento tão antigo é raro, no mundo frio do futebol profissional. Dinho, no entanto, sempre foi um passional. Certas pendências ele tem necessidade de resolver com os métodos dos seus antepassados do sertão sergipano. As saracotices de alguns atacantes da atualidade, por exemplo, ele não admitiria:
- Não gosto nem de ver esse Robinho, que pedala e não sai do lugar. Pra que isso? Se for em direção ao gol, tudo bem, mas isso de pedalar por pedalar... Se fosse comigo, se ele pedalasse na minha frente, eu dava uma machadada no pescoço dele. Ele não ia se meter comigo, pode acreditar. Pergunta pro Denílson, pro Sávio e pro Edmundo, que são habilidosos e que jogavam no meu tempo. Vê se eles faziam esse tipo de coisa na minha frente.
Pudera: Dinho chegava a afiar as travas da chuteira antes de entrar em campo.
- Eu esmerilhava as travas. Elas ficavam um pouco pontiagudas - riu. - Mas não era pra tirar pedaço da canela de ninguém. Até porque existe caneleira pra isso. O atacante tem que usar caneleira, pô.
Ah, é importante ressaltar que Dinho não era insensível às queixas dos atacantes. Desde que fossem do time dele, claro:
- Às vezes o Paulo Nunes reclamava: "Puxa, eu estou apanhando lá na frente. Vocês não vão fazer nada aqui atrás???" Aí nós tínhamos que tomar uma atitude
Tomavam. Dinho recordou com um suspiro de saudade o velho entendimento com seu colega de vigilância da área, Luis Carlos Goiano:
- Nós combinávamos: quando o atacante ia pra cima do Goiano, ele dava o bote e eu ficava na sobra. O atacante não passava de jeito nenhum por nós dois. Mas às vezes eu dava o bote e ele pegava o cara na sobra. Era legal.
A diferença entre eles, segundo Dinho, é que Goiano batia e pedia desculpas.
- Eu não, eu batia e dava as costas, ia embora. O Goiano é um cara educado, atleta de Cristo. Ele sempre pedia desculpas.
Mas hoje está tudo mudado. Dinho vê esse futebol bailarino e rilha os dentes. Acha que um volante como ele ainda faria sucesso no Brasil. Ainda seria um vencedor. Por isso, fez curso de treinador, pensa em ensinar sua arte para os meninos que estão surgindo nas escolinhas. Quem sabe não é contratado pelo Grêmio? Poderia trabalhar como auxiliar, mostrar como é que se faz.
- Seria bonito - sonha Dinho. - Ia ser bom ajudar o Grêmio, porque o Grêmio sempre vai ser a minha casa, e a gente tem que cuidar da casa da gente."

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terça-feira, setembro 26, 2006

Toca Goiana

O Glorioso Tricolor tomou mais quatro do Goiás. E lá se vão dez anos de derrotas (e vexames) no Serra Dourada. Esse resultado não altera em nada a campanha, pois todos sabíamos que o Grêmio iria perder mais cedo ou mais tarde. Só não precisava ser de tanto.
O André Kruse lembra que a última vez que o Grêmio levou quatro, foi no ano passado, justamente em Goiás, para o Anapolina. E isso não atrapalhou a campanha. Aliás, até ajudou.
O esquema de jogo do Mano Menezes se baseia em um meio-campo povoado com cinco jogadores de boa movimentação, com exceção do Jeovânio, que fica mais fixo. Como não há peças de reposição à altura dos titulares, a saída do Hugo prejudicou muito o esquema. Espero que ele se lembre disso da próxima vez que pensar em tirar a camisa para comemorar um gol.
Também o Tcheco vem claramente jogando descontado, faz tempo, e isso atrapalha muito o seu rendimento, pois se ele já não é muito rápido quando está bom, imagina com a velha dor no púbis.
Além disso, o Léo Lima e o Jeovânio se machucaram. Lá ficou o Lucas correndo de um lado para o outro, que nem uma barata tonta.
Já o Geninho sabe das dificuldades de criação de seu time, por isso armou o Goiás para jogar fechado, usando os contra-ataques e explorando a grande extensão do campo. O mesmo aconteceu no Maracanã, outro campo extenso.
Agora, analisa essa pérola do Jeovânio, em entrevista à Sportv após o jogo, que retirei lá do Futebol, Política e Cachaça:
"O Goiás nos envolveu em termos de individualmente."
É um novo Jardel...

quinta-feira, setembro 21, 2006

Outra Avalanche

Pois bem. Outra avalanche de gols no Olímpico. São oito em dois jogos e a melhor média do campeonato. Já tem gente falando em jogo de guri, que com dois gols vira, e em quatro acaba. Se tu perdeu algum gol de ontem, acessa aí: Gol do Grêmio
Vale a pena ver de novo, pelo menos o gol do Lucas 'a la Portaluppi'.

terça-feira, setembro 19, 2006

Trocadalho do carilho






Domingo, no Monumental, teve uma 'avalanche do gols' pra cima do botafogo.

domingo, setembro 17, 2006

20 de Setembro

No 20 de Setembro vá ao estádio e leva a tua bandeira do Rio Grande. Apoie o time sempre, 'incentive' os turistas ao alento e não vaie em momento algum. O grêmio precisa do teu grito.
E que sirvam nossas façanhas de modelo a toda terra.

sábado, setembro 16, 2006

Libertadores Castrada

A Libertadores da América foi castrada. Teve sua masculinidade arrancada pelos defensores de "Lei Peles", pelos "Galvões", "Falcões", "Arnaldos" e por aqueles que esperam o fim da novela para ver o futebol. A Libertadores virou um enlatado de fácil digestão pelos estômagos fracos e pelos fãs de "pedaladas" e "amigos da Rede Globo". De animal feroz, a Libertadores se transformou em um bichinho mimoso e colorido, tão inofensiva quanto "Malhação" ou a "Sessão da Tarde". Nem o adolescente rebelde Ferris Bueller, o maior astro da "Sessão da Tarde", foi tão enquadrado.
Que saudade das antigas Libertadores. Quando a Rede Globo ainda não tinha transformado "La Copa" nesse programa de freiras. Que saudade dos estádios argentinos lotados, dos "Calderones del Diablo", de La Plata e de Avellaneda. Que saudade do Centenário enfumaçado, gelado e enlameado. De Victorino e De Leon, de Morena e Spencer. Qualquer time que hoje tivesse Billardo, Dinho ou Simeone seria preso em campo. Aliás, na Libertadores se chegou ao cúmulo de se prender um jogador em campo, porque ele não foi "politicamente correto", o tal caso Grafite/Desabato. É tão rídiculo que não é nem engraçado. É triste.
Vivemos numa era de pagodeiros, funkeiros, pseudo-surfistas de correntes de ouro e brincos de diamante que de malandros não tem nada. São um bando de frouxos, de codornas com pernas de cristal, e escravos de empresários vigaristas, desesperados por um contrato na Europa, para depois reclamar do frio, da "violência" européia e voltar correndo para o Brasil, e assim ganharem porcentagens nas duas transações. Comemoram gols beijando a aliança da maria-chuteira que fisgaram eles, e depois dos jogos vão aos melhores prostíbulos da cidade, ou as piores quadras de escola de samba. Ou imitam os gestos ridículos do Ronaldo de Assis Moreira, que nem ele, nem seus colegas sabem o que significa. Atacantes como Burrochaga, Fernando Morena, Victorino, Enzo Francescoli ou Renato Portaluppi, o pai de todos os malandros, que não era bunda-mole nem fugia do pau, hoje estariam relegados em nomes dos "Robinhos", "Sobinhos" e outros "inhos" de luzes nos cabelos, adorados pelos fãs do "Bem Amigos".

Saudosos tempos em que a Libertadores era uma guerra. Os platinos consideravam perder para um brasileiro, que para eles não tinha nenhum Libertador da América, nenhum San Martin, nenhum Artigas, uma deLibsonra, una verguenza. Não tinha "jogo", tinha uma luta campal pela bola. E não precisava muito para os carrinhos, cotoveladas, socos, pedras, pedaços de pau e garrafas começarem a voar. Era preciso ser mais que jogador, era preciso ser homem. A fumaça invadia o campo, o frio gelava até os ossos, os alambrados balançavam, os juízes davam cartão até antes de começar o jogo, e não ganhava o melhor. Ganhava o mais forte.
Hoje, a Libertadores virou um espetáculo midiático, tão insosso quando a novela das 6. Até o Once Caldas e o Inter, ou a Inter, já ganharam o enlatado.
Mas eles nunca terão a glória. A glória de ter travado batalhas em campo, de ter erguido a taça, não com papel laminado voando em volta, mas com sangue escorrendo pela testa. A taça alguns tem, a glória, poucos. Pouquíssimos.

Texto de autor desconhecido, retirado do Blog O Guri.

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quarta-feira, setembro 13, 2006

Grêmio x Botafogo

segunda-feira, setembro 11, 2006

Dieguinho Gaúcho

Frase do dia:
‘Filho de peixe, peixinho é’, ou melhor, ‘filho de traíra, trairinha é'.

E não é que o Dieguinho Gaúcho foi-se embora do Olímpico. Já tinha gente afirmando que o filho do Assis treinando de azul era sinal de mal-presságio.
Mais uma vez a família Moreira apronta das suas. A torcida ainda não perdoou o Assis pela saída do Ronaldo, principalmente por saber que ele é hoje o jogador mais caro do mundo e rendeu menos ao Grêmio do que o Sóbis rendeu ao inter. Muito da crise financeira vivida hoje na Azenha não existiria com a venda do Ronaldinho. Por isso já tem gremista dizendo que não quer torcer para o inter no mundial, mas que também não quer que o ‘barça’ ganhe de jeito nenhum. Melhor seria se o Ronaldinho nem jogasse no Japão. Até o Paulo Sant’ana já afirmou que vai torcer pelo inter, contra o Ronaldinho.
Voltando ao Diego, por quê o inter? Os Moreira não tinham outra opção para o garoto jogar bola? O pai dele não é dono de um clube de futebol? Isso é provocação, revide e marketing. Provocação, pois faz parte da flauta colorada aliada ao despeito do Assis. Revide, pois os colorados não esquecem a ida do Tesourinha para o Grêmio (e por último, o caso Saraiva) e marketing por que o Diego não joga nada, mas é sobrinho do melhor jogador do mundo.
Agora, fala sério. Aquele garoto só vai ser jogador profissional por conta do sobrenome, pois quem conhece diz que ele é meio pereba com a bola nos pés, e não passaria por uma ‘peneira’ simples nem com reza forte.
Mesmo que ele se esforce muito e vire jogador, será sempre marcado por ser sobrinho do ‘Ronny’ e por ter sido apresentado como grande promessa do futebol aos doze anos de idade.
Só tenho pena do garoto, que serve de fantoche nas mãos dos dirigentes do inter e do próprio pai. Se alguém convencer o Assis que é lucrativo jogar o filho da ponte, vai vê-lo correndo com o guri debaixo do braço. Com um pai assim, quem precisa de madrasta. Só espero que a fada madrinha dele seja durona, pois o Assis não é coisa pra amador.

segunda-feira, setembro 04, 2006

Pena Por Quê?

Tem circulado na internet um texto intitulado ‘tenho pena de ti, meu rival’, de autor desconhecido, exaltando os feitos do inter e desmerecendo o Grêmio. É como se fosse uma carta do inter ao Grêmio.
Pois recebi por e-mail a resposta, de autoria de Silvio Pilau, que coloco abaixo.
Clique aqui para acessar a página do autor, que contém também a ‘carta’ do inter. É bem apropriada, mesmo com a vitória do inter na Libertadores, e todos os colorados deveriam lê-la.

Pena por quê?

"Já foste grande como hoje eu sou." Querido irmão, acredito que as tuas últimas palavras sejam a melhor forma de iniciar essa resposta, à qual, acredito, tenho direito. Já fui grande, sim. Admito. Na verdade, já fui o maior de todos. Porém, és isto hoje? Realmente acreditas que atualmente és do mesmo tamanho que já fui?

Falas em soberba, acrescentando ainda o adjetivo secular. Mas, fico preso em uma indagação: a soberba está de que lado agora? Todo esse orgulho inflado no peito dos vermelhos, o queixo erguido como não o faziam há mais de 25 anos, qual a razão disso? O que ganhaste, rival? Que título deste aos teus para que agissem dessa forma, como se fossem, como tu mesmo dizes, "grandes"?

Ah, é verdade. Agora me lembro. Foram campeões morais do Campeonato Brasileiro. Um título com o qual sonhavam desde o longínquo ano de 1979. Basta verificar qualquer dado histórico sobre o nosso torneio nacional. Está lá: "Campeão: Corinthians". Opa, algo errado aí. Nem sinal do teu título moral, rival.

Título moral. O que mais me dói é saber que meu rival satisfaz-se com isso. Que os seguidores que te consideram “uma força suprema erguida às margens do Guaíba” comemoraram esta “conquista” como se ela realmente existisse. Naquele dia, não consegui nem realizar nossas costumeiras provocações e flautas. Tive pena de ti e dos teus, pois vi como deve ser difícil ficar tanto tempo sem comemorar. Lamentei, cheio de pesar, a celebração daquele título ilusório.

Mas então penso melhor e vejo que a afirmação que abre essa meu texto não poderia estar mais longe da verdade. Tu não és grande nem nunca o foi. Estás em um bom momento, indiscutivelmente, mas isso faz de ti um grande? Lembra-te do São Caetano? Por uns três anos, chegou a quase todas as finais de campeonato. Isso fez dele um clube grande?

A conclusão a que chego analisando os fatos é a de que, ao contrário do que pensas, és pequeno. Muito pequeno. Que tudo não passa de uma ilusão de grandeza. És Davi, perto do Golias aqui. Pois se hoje pode me vencer (o que ainda não acontece, vide a batalha do dia 9 de abril em teu “templo”), querer comparar sua grandeza com a minha chega a ser algo risível.

Este inconformismo por sua parte é bom, sem dúvida. Se aceitasse sua posição de segundo do Rio Grande eternamente, jamais sairia daí. O que não pode é afirmar ser maior do que aquele a quem copia desde sempre.

Acredito que lembras, não? Exibimos nossa bela flâmula ao vento, no topo daquele mastro imponente, e vieste fazer igual. Sem a mesma beleza de nossas cores, claro. Temos os dizeres “Campeão do Mundo”, que dispensam justificativas, sobre nosso estádio. Pintaste em teu estádio o “Campeão do Mundo” também. Mas com o acréscimo embaraçoso do “Sub-15”. Apenas lamento essa sua atitude, pois rebaixaste-te ainda mais.

E, claro, a torcida. Meus seguidores que tanto criticaste por buscar inspiração no além-rio têm sido imitados também em tuas dependências. Que moral tens para falar sobre isso? Mas seguir meus passos é a solução para ti. Os pequenos sempre se espelharam nos grandes. E essa é a tua maldição, essa é a tua sina. Este é o teu castigo por não ter a luz e a hombridade para ser grande. Pelo menos não do meu tamanho.

Dizes que tua torcida sempre o ajudou, nos (longos e que, não te enganas, duram até hoje) anos sem conquistas. O que queres dizer com isso? Queres dizer que meus apóstolos não o fizeram? Pois onde estiveste ano passado? Quando eu não conseguia caminhar, eles me carregaram. Quando eu não conseguia falar, eles me deram voz. E eu recompensei-os com aquela conquista colossal em finais de novembro passado, que tornou-se notícia em todo o mundo e na qual exibi, não apenas para ti, mas para todos, a verdadeira natureza de quem é monumental.

Mas, tudo bem. Não venho justificar a ação de meus seguidores em tua casa, que, aliás, apenas é um templo na tua visão. Ser grande é saber ser humilde. É saber pedir desculpas. E peço desculpas pela atitude desta minoria da minha torcida.

Sim, minoria. Por isso, da mesma forma, repreendo-te por querer generalizar a ação de uns poucos como se fosse de praxe dos meus seguidores. Sabes, por me acompanhar há quase um século, que os atos vistos no domingo são delírios de uma ínfima parte de meus torcedores, se é que podem ser chamados assim. Peço desculpas pelo que fizeram, mas espero também suas desculpas por tentar macular a imagem inefável de minha fabulosa torcida ao jamais ressaltar o fato de que aquilo foi realizado, apenas, por poucas mentes perturbadas.

E se achas que me incomodo com teu momento atual, querido rival, estás enganado. Por que haveria de me incomodar se nada aconteceu? És, atualmente, aquele jogador que sabe brincar com a bola, mas não faz gol. E, mesmo que esse gol aconteça, não ficarei incomodado. Lembre-se sempre de que, segundo as palavras do general Yamamoto, moras ao lado de “um gigante adormecido”. Que pode acordar a qualquer momento.

Portanto, pena por quê? Não tenhas pena. Tenhas respeito. E, sempre, um pouco de medo."