Há muito tempo que quero escrever sobre isso, mas foi a curiosidade do
FERREAVOX que me fez sair da zona de conforto (diga-se poltrona) e vir escrever essas linhas.
A rivalidade Grenal já produziu muita festa bonita e muita briga de faca. Já se fez várias cornetas inteligentes e demasiadas piadas grosseiras. Já ri com o Kenny Braga dizendo que o Inter perderia pro Barcelona e chorei abraçado com o Sant'ana que afirmava que o Ronaldinho entregaria aquele jogo.
A rivalidade Grenal já dividiu famílias, empresas, bairros e cidades. Ainda dividirá a província. Já houve colorado secando a seleção do Felipão e gremista secando a do Dunga (sabemos quem venceu, hehe). Mas tem algo que vem da rivalidade Grenal, e que muita gente não se dá conta. Reza a lenda que a gíria TRI, tão cara as gaúchos, vem dessa rivalidade, lá dos anos 70.
Na época, o Grêmio teve seu melhor jogador convocado para a seleção brasileira, que venceu a copa do México. A seleção contava ainda com Jairzinho, Carlos Alberto Torres, Gersón, Tostão, Rivelino e Pelé, entre outros. Nunca um jogador em atividade no Rio Grande tinha sido campeão do mundo. Assim, Everaldo foi reverenciado por essas bandas, desfilando em carro de bombeiro e ganhando uma estrela só pra ele na bandeira do Imortal.
Era tanta festa no sul, que parecia que o Grêmio tinha sido campeão. Assim, os gremistas se consideravam campeões do mundo, ou melhor, Tri-Campeões.
Na velha rivalidade, quando um colorado se gabava de seu time, o gremista já gritava: eu sou TRI, em alusão ao título conquistado por Everaldo.
Bem, isso aconteceu em 1970, e durou até 1979, quando o Inter conquistou o tricampeonato nacional, sendo o último de forma invicta, quando os colorados também passaram a se considerarem TRI, pois eram tricampeões brasileiros.
Da rivalidade Grenal (e das conquistas do Everaldo e do Inter) nasceu a expressão "TRI", usada pelos gaúchos para superdimensionar algo ou alguma característica. Não basta ser legal, tem que ser tri-legal. Não basta ser gremista, tem que ser tri-apaixonado pelo Grêmio. Não basta ser campeão, tem que ser Tricampeão.
Assim, toda a pessoa (ou feito) que seja legal é considerada TRI.
Tal qual o Grêmio e o Inter.
Marcadores: Corneta, Gremista, Imortal, Literatura